quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Embriologia-Tipos de óvulos e segmentação



Embriologia-Tipos de óvulos e segmentação.

A embriologia é a parte da Biologia que estuda o desenvolvimento dos embriões animais. Há grandes variações, visto que os animais invertebrados e vertebrados apresentam muitos diferentes aspectos e níveis evolutivos.

Em Biologia o desenvolvimento envolve diversos aspectos:
a) multiplicação de células, através de mitoses sucessivas.
b) crescimento, devido ao aumento do número de células e das modificações volumétricas em cada uma delas.
c) diferenciação ou especialização celular, com modificações no tamanho e forma das células que compõem os tecidos. Essas alterações é que tornam as  células capazes de cumprir sua funções biológicas.
Através da fecundação ocorre o encontro do gameta masculino (espermatozoide) com o  feminino (óvulo), o que resulta na formação do zigoto ou célula-ovo (2n).
Após essa fecundação o desenvolvimento embrionário apresenta as etapas de segmentação que vão do zigoto até o estágio de blástula. Muitas vezes há um estágio intermediário, a mórula.
A gastrulação é o período de desenvolvimento de blástula até a formação da gástrula, onde começa o processo de diferenciação celular, ou seja, as células vão adquirindo posições e funções biológicas específicas.
No período de organogênese, há formação dos órgãos do animal, estágio em que as células que compõem os respectivos tecidos se apresentarão especializadas.    
Os óvulos são gametas femininos que serão classificados em função  das diferentes quantidades de vitelo (reservas nutritivas) e das suas variadas formas de distribuição no interior do citoplasma. Essas duas características determinam aspectos diferentes no desenvolvimento embrionário.


Tipos de Óvulos e Ocorrência.



Os óvulos oligolécitos, isolécitos ou alécitos apresentam pequena quantidade de vitelo, distribuído de maneira mais ou menos uniforme no citoplasma. Nos mamíferos podem ser chamados de metalécitos.
Óvulos telolécitos com diferenciação polar incompleta, heterolécitos ou mediolécitos apresentam quantidade média de vitelo com distribuição desigual nos dois polos citoplasmáticos. No polo animal, onde se localiza o núcleo, a quantidade de vitelo é menor que no polo vegetativo.
Nos óvulos telolécitos com diferenciação polar completa ou megalécitos, há grande quantidade de vitelo. No polo animal encontra-se o núcleo e o citoplasma e no polo vegetativo concentra-se o vitelo.
Os óvulos centrolécitos concentram uma parte do seu vitelo no centro do citoplasma, ao redor do núcleo e a outra parte na periferia citoplasmática.



Segmentação ou clivagem.

A partir do zigoto, as mitoses vão formando blastômeros, que são células indiferenciadas. Esse período vai até a formação da blástula. Nos óvulos oligolécitos e heterolécitos ocorre também a passagem por um estágio intermediário que é a mórula.
No estágio de blástula o embrião apresenta-se uma camada de células (blastoderme) que envolve uma cavidade central(blastocele).



A segmentação depende da quantidade de vitelo e sua respectiva distribuição:
a) Segmentação total ou holoblástica.
O zigoto faz divisão total, por apresentar pequena quantidade de vitelo. Essa segmentação pode ser:
total e igual  =  aquela em que os blastômeros resultantes têm igual tamanho. Ocorre em ovos oligolécitos, como o dos equinodermos (ouriço-do-mar).



Total e desigual  =  caracterizada por apresentar blastômeros de tamanhos diferentes. Formam-se blastômeros de pequeno tamanho ou micrômeros e blastômeros de maior tamanho, os macrômeros. Essa forma de segmentação ocorre em ovos heterolécitos.



b) Segmentação parcial ou meroblástica.
O zigoto realiza divisão parcial. Ocorre nos ovos com muito vitelo. Nesse caso o polo vegetativo, onde se localiza o vitelo, não entra em divisão. Essa segmentação pode ser de dois tipos:
parcial discoidal  =  ocorre em ovos megalécitos, como em répteis e aves. A segmentação atinge apenas a região do polo animal.
Os blastômeros resultantes dessa segmentação formam um disco denominado blastodisco, a partir do qual posteriormente se formará o embrião.



Parcial superficial  =  ocorre nos ovos centrolécitos, como os dos insetos. O núcleo vai se dividindo sucessivamente e os núcleos resultantes migram para a periferia do ovo. Nesse local são formadas as membranas celulares, apresentando-se uma camada de células, a blastoderme, que envolve a cavidade central.



Organogênese:
Essa etapa compreende a formação dos órgãos que constituem o animal a partir dos três folhetos germinativos ou embrionários. Resumidamente , destacamos abaixo a evolução de cada um dos três folhetos germinativos.
 Ectoderme:
O folheto embrionário mais externo do embrião é chamado de ectoderme. Esse folheto embrionário dará origem à epiderme e seus anexos (como unhas e pelos), assim como as mucosas, sistema nervoso (afinal este deriva da placa neural, formada a partir de um achatamento na ectoderme localizada no dorso do embrião), esmalte dos dentes, hipófise, olhos, entre outros.

 Mesoderme:
A mesoderme é o folheto embrionário intermediário da gástrula. A mesoderme dá origem à cavidade celomática. Sendo assim, formará três serosas tecidos que revestem e protegem órgãos e estruturas internas): peritônio (abdômen), pericárdio (coração) e pleura (pulmões). O folheto mesodérmico dá origem também aos músculos, tecidos conjuntivos (como o ósseo, o sanguíneo, a derme e as cartilagens), sistema cardiovascular e linfático, sistema urinário e genital, marfim dos dentes e região cortical das glândulas suprarrenais.

 Endoderme:
A endoderme é o folheto embrionário mais interno da gástrula. É este folheto que forma o arquêntero – cavidade embrionária primitiva que dará origem ao sistema digestório. Dessa maneira, a endoderme forma os órgãos do sistema digestório e o seu revestimento epitelial, o sistema respiratório, glândulas como o fígado, pâncreas, timo, tireoide e paratireoides, assim como o revestimento da bexiga urinária.
 


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